"Cristão é meu nome e Católico é meu sobrenome. Um me designa, enquanto o outro me especifica.
Um me distingue, o outro me designa.
É por este sobrenome que nosso povo é distinguido dos que são chamados heréticos".
São Paciano de Barcelona, Carta a Sympronian, ano 375 D.C.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

SÃO DAVID GALVÁN BERMÚDEZ, rogai por nós!

Hoje é dia de São David Galván Bermúdez!

Filho do senhor. J. Trinidad Galván Trejo e da senhora Mariana Bermúdez Rodríguez, nasceu no dia 29 de janeiro de 1881 em Guadalajara e recebeu o batismo em 2 de fevereiro na Igreja de Nossa Senhora do Pilar.

Quando tinha apenas 3 anos de idade, sua mãe faleceu e David ficou aos cuidados de seu pai e seus irmãos. Mais tarde tendo seu pai casado novamente, passou a ser cuidado também por sua madrasta Victoriana Medina. Recebeu o sacramento da Crisma em 19 de setembro de 1886 na Igreja chamada "da Universidade", ou seja, na Igreja de São Tomás, que pertencia em sua época ao Colégio dos Jesuítas; anos depois o Colégio foi transformado em escritório de Telégrafos e atualmente funciona como Biblioteca-Museu. Ainda criança David Galván participou como coroinha e também no coral de Infantes da Catedral de Guadalajara.

Logo manifestou a seu pai o desejo de ingressar no Seminario, tendo ele aceitado levá-lo para matricular-se em outubro de 1895. Alí cursou como aluno aplicado e sempre obtendo boas notas os cinco anos de latín e humanidades. Terminados os estudos, saiu do Seminário.

Os três años em que esteve fora do Seminário, trabalhou numa sapataría além de dar aulas como professor de escola primária. Teve uma conduta um tanto desregrada nesse tempo, ao ponto de ter sido detido numa briga com sua namorada.
 
Passada essa experiência, o jovem David, contando vinte e um anos de idade, sentiu novamente o intenso desejo de voltar ao Seminário, porque ouvia em seu interior o chamado de Deus; tornou-se muito devoto, piedoso e assíduo à oração e aos atos de culto; visitava o Santíssimo Sacramento e a Virgem de Zapopan e a invocava dizendo-lhe:
 
 
"Minha Mãe, dai-me um norte para que eu conheça minha vocação"

Antes de admití-lo, o Reitor do Seminário, Miguel de la Mora, o submeteu durante um ano a provas rigorosas que ele superou de maneira admirável, demonstrando vivo desejo em ser admitido. Já novamente seminarista, apresentou excelente conduta como aluno exemplar, piedoso e aplicado, ocupando quase sempre o primeiro lugar nas aulas.

No sábado, 7 de novembro de 1903 o senhor Arcebispo José de Jesús Ortiz lhe conferiu a Primeira tonsura Clerical e no dia 23 de dezembro de 1905 as Ordens Menores.
 
Em outubre de 1907, no ínicio do ano escolar, foi nomeado professor do 2º. Curso de Latín no Seminário de Guadalajara; nesse curso e nos seis anos em que foi professor do Seminário desempenhou tais funções com grande estima por parte de seus superiores pelos bons resultados de suas aulas e o aproveitamento dos alunos, que muito o admiravam por sua sabedoria.

No ano de 1909 pelo ministério do senhor Arcebispo José de Jesús Ortiz, na Igreja da Soledad, o jovem David Galván foi ordenado diácono e em 20 de maio, festa da Ascensão, recebeu a Ordenação Sacerdotal.

Em setembro de 1910, toda a República Mexicana celebrava o primeiro centenário da proclamação de sua independência.
 
Juan Robles Hurtado, prefeito municipal de Mascota - Jalisco, assistiu às festas centenárias na capital do México, e quis levar consigo seu irmão José Maria Robles (São José Maria Robles, também mártir de Cristo), que por sua vez convidou ao Padre David Galván, então seu professor de Lógica.
 
O Padre Ramiro Camacho assim descreve a São David Galván Bermúdez:
 
"Índio de musculatura forte e robusta, um de seus olhos enxerga com dificuldade, puro de alma e corpo, admirado por seus discípulos por sua coragem e bravura".
 
No diário deixado por São José María Robles, dentre os diversos relatos interesantes sobre a viagem que fez acompanhado de São David Galván Bermúdez, encontramos a seguinte informação que nos dá uma idéia do anticlericalismo vigente na época:

Día 27: "Comemos e em seguida visitamos Veracruz... O Padre Galván e eu, temos andado "à paisana" como laicos, porque aqui há muito anticlericalismo; quase não há piedade... A tonsura tivemos de deixar crescer (refere-se ao cabelo da região superior-traseira da cabeça que é raspada  nos clerigos quando são tonsurados); sendo notada somente se observada com atenção; é certo que nem por mal pensamento se deve supor que somos eclesiásticos"....
 
No Informe do Seminário de 1911 o Reitor, presbítero Dr. José Mercedes Esparza, fez um público reconhecimento do Padre Galván por seu meritório trabalho como diretor da revista do Seminário, "Voz que dá Fôlego", que publicou dezesete números de dezembro de 1910 a março de 1912 com vinte páginas cada exemplar.

Nos anos de 1909 a 1914 o Padre Galván também foi Capelão do Orfanato da Luz e do Hospital de São José, situados no bairro da Capilla de Jesús; com extrema caridade e atenção tratou aos enfermos, às meninas órfãs e às religiosas encarregadas destas casas.
 
O Sacerdote Mártir de Cristo, David Galván Bermúdez
Os testemunhos declaram que o Padre Galván celebrava com grande devoção a Santa Missa, para a qual se preparava com uma hora de oração, e depois dava graças com grande fervor. Passava longos momentos em oração diante do Santíssimo, todos os dias, pela manhã e pela noite, na Igreja de Santa Mônica, anexa ao Seminário. Em sua vida sacerdotal deu exemplo de muitas virtudes porque foi sensível, humilde, obediente e serviçal; nutria grande devoção pela Santíssima Virgem Maria, honrando-a diariamente com a reza do Santo Rosário e transmitia essa devoção às crianças.

Esforçava-se por mortificar seus sentidos para evitar as ocasiões de pecado e ter pureza em todos seus atos.

Procurou sempre ajudar aos necessitados proporcionando instrução aos ignorantes, remédios aos enfermos e auxílios espirituais aos moribundos, sem que o impedisse a chuva, o frio, o sol, os barrancos ou quaisquer outras dificuldades.

No mês de julho de 1914 entrou em Guadalajara tropas do exército do general Venustiano Carranza, dissolvendo templos, conventos, seminaristas, religiosos e sacerdotes. Por esses dias os alunos e os professores do Seminário foram dispersados pelas forças do exército.
Por essa razão o Padre Galván foi designado nesse ano, como vigário, a Amatitlán - Jalisco. Neste lugar uma jovem lhe pediu um conselho, já que Enrique Vera, militar carrancista, queria seduzí-la, sendo que era casado. O Padre Galván lhe aconselhou que se escondesse e que seus pais fizessem o mesmo. A jovem cometeu a imprudência de dizê-lo a Vera, despertando neste militar um verdadeiro ódio ao sacerdote, fazendo-o desejar uma vingança contra o Padre.
 
No fim do ano de 1914 chegaram para prendê-lo duas escoltas militares do tenente Enrique Vera, alegando ouvir rumores de que o Padre planejava levantar-se em armas. Ao detê-lo, São David pediu aos soldados permissão para consumir o Sagrado Depósito do Sacrário, pedido este concedido; no entanto, os soldados adentraram a Igreja, aproximándo-se do altar, com os chapéus nas cabeças e fumando, postura que para o Padre Galván causou grande indignação.

Os soldados o levaram preso a Tequila - Jalisco.
Também o mantiveram preso em Ameca - Jalisco, e depois em Guadalajara, na prisão de Escobedo. No mês de dezembro o deixaram em liberdade e os superiores da cúria Diocesana tiveram a idéia de enviá-lo a El Salvador e Atemanica - Jalisco, inclusive ele estava disposto a ir, porém nunca lhe entregaram a nomeação.

Em 18 de janeiro de 1915, doze dias antes de sua morte, passou mas de seis horas auxiliando os feridos na linha de fuego em um terrível combate entre "villistas" e "carrancistas" em Las Juntas - Jalisco.

Na madrugada do sábado - 30 de janeiro - os soldados villistas de Julián Medina atacaram os carrancistas que mantinham dominada a cidade de Guadalajara e muitos caíram mortalmente feridos. O Padre Galván estava hospedado em uma casa do bairro do Santuário, na Rua Pedro Loza, onde, ao ouvir os ruídos do confronto, levantou pronto para ir auxiliar os feridos. Enquanto lhe pediam que não saísse porque o matariam, Padre Galván lhes respondeu:
 
"Não haverá maior glória do que morrer salvando uma alma que eu consiga absolver!"


Pediu ao Padre Rafael Zepeda Monraz que o acompanhasse para confessar os feridos, porém este sacerdote não quis acompanhá-lo devido ao grande perigo e lhe disse que não estavam obrigados a ir porque não eram os párocos ou ministros dequela região, ao que o Padre Galván lhe respondeu:
 
"Não por obrigação, mas sim por caridade".
 
Pediu a ampola dos Santos Óleos e foi ao templo da Soledad, próximo à Catedral, chamando o Padre José María Araiza para auxiliar aos que seriam fusilados, porque tinha permissão do general. Em seguida os dois caminharam em direção ao Jardim Botânico quando ao passar em frente ao quartel, os soldados lhes perguntaram se eles eram religiosos e eles responderam que sim, eram sacerdotes, pelo que os soldados os detiveram.

O tenente coronel Enrique Vera odiava o Padre Galván porque antes este mesmo padre lhe havia impedido de seduzir e raptar a uma senhorita. Neste mesmo dia Vera ordenou que os sacerdotes fossem encarcerados em um quarto do quartel. Assim o fez por seu ódio à Fé e para se vingar do sacerdote.

Estando presos há duas horas, os dois sacerdotes fizeram sua confissão sacramental e se deram mutuamente a absolvissão. Às palavras do Padre Araiza, que lamentava por não ter sequer tomado o café da manhã, o Padre Galván lhe respondeu:
 
 
"Não importa, nós vamos comer com Deus".

Rosalío Lozano, uma das testemunhas do martírio de São David, perguntou aos villistas a razão de tal aglomeração de soldados e lhe responderam que haviam levado presos a dois sacerdotes, o Padre Galván e o Padre Araiza.

Com autorização do general Manuel M. Diéguez, governador do Estado, o militar carrancista Enrique Vera ordenou ao pelotão de soldados que levassem os dois sacerdotes para a Rua Coronel Calderón junto à parede oriente do Hospital Civil e que alí os fuzilassem.

Quando os retiraram, Petra - filha de Rosalío Lozano - e seu irmão menor se puseram a observar pelas "frestas" das portas de sua casa: o Padre David - recorda Petra - trazia as mãos atadas às costas e mantinha sua cabeça baixa; de seu pescoço pendia um longo cachecol branco.

 
Eram doze horas do dia 30 de janeiro de 1915; o Padre Galván, percebendo que sua morte era iminente, entregou aos soldados as moedas e outros objetos pessoais e a ampola com os Santos Óleos.

Em seguida, retirou seu chapéu, e sem permitir que le cubrissem os olhos, apontando para o próprio peito, disse aos algozes:


"Atirem aqui".

O subtenente Martín Ocampo ordenou a execução, os soldados dispararam as armas e o Padre caiu fusilado, vítima do ódio à religião de Jesus Cristo.

Petra nos conta que, depois destes acontecimentos, ela e muitas outras pessoas começaram a venerá-lo e a levar ao local de sua morte, pedrinhas e velas que com o tempo acabou formando uma espécie de altar, até que "tal gesto passou a desagradar o governo que por fim acabou com essa devoção".

Os familiares e amigos pediram às autoridades civís e militares a liberdade para os dois sacerdotes, mas quando chegaram com a ordem de indulto os soldados já haviam fuzilado o Padre Galván, servindo o indulto somente ao Padre José María Araiza, a quem mesmo assim  mantiveram preso por mais cinco dias soltando-o somente quando lhes pagaram grande quantia em dinheiro. 
 
Os restos mortais de Padre Galván, foram recolhidos pelas professoras María Dolores Alcaraz e María Soledad Dueñas que os colocaram num caixão e os conduziram em meio de uma silenciosa marcha e de uma grande multidão, até o colégio do Menino Jesus, localizado na Rua de Pedro Loza, onde foram velados por toda a noite por gente piedosa e por seus discípulos, amigos e companheiros.

O impressionante sepultamento ocorreu na tarde do domingo, 31 de janeiro de 1915. O cortejo fúnebre foi apoteótico, formado pela multidão de pessoas de todas as classes sociais, não obstante o temor que reinava nesse momento de perseguição.

 

Relíquias de São David Galván Bermúdez


Desde esse dia, os fiéis consideraram mártir o Padre David Galván; logo essa veneração se extendeu por todo o México.

 
Em junho de 1922 os restos do Padre David Galván foram depositados em um templo construído próximo ao lugar do martírio, a atual Paróquia de Nossa Senhora do Rosário, no bairro de El Retiro, na cidade de Guadalajara - Jalisco.

O Padre David Galván foi declarado Beato pelo Papa João Paulo II no dia 22 de novembro de 1992 em cerimônia celebrada na Basílica de São Pedro em Roma, junto com seus 24 Companheiros Mártires Mexicanos.
 
No grande Jubileu do ano 2000 da Encarnação de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Papa João Paulo II celebrou a Canonização deste Santo Mexicano.

SÃO DAVID GALVÁN BERMÚDEZ, rogai por nós!
 
Fonte: Santoral Latino
 
Tradução e adaptação: Morro por Cristo

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

CATÓLICO, ASSISTA ESSE VÍDEO: A Liturgia da Missa

DOM HENRIQUE SOARES DA COSTA FALA SOBRE LITURGIA

Caros leitores, abaixo trazemos um ótimo vídeo para instrução do Povo Católico. Nele, Dom Henrique Soares da Costa, Bispo Auxiliar de Aracajú e titular de Acufida nos ensina qual o VERDADEIRO sentido e significado da Liturgia Católica.
 
 
O vídeo tem aproximadamente 15 minutos de duração, no entanto é rico em informação e doutrina, podendo contribuir para a mudança na forma como grande parte dos católicos brasileiros entendem a Santa Missa (mudança de uma visão equivocada e distorcida para a correta interpretação do Mistério da Santa Missa).
 
Assista, não serão 15 minutos perdidos mas sim 15 minutos que muito acrescentarão à formação do católico:
 

 

sábado, 19 de janeiro de 2013

APRENDAMOS COM O PAPA!!! A correta Liturgia.

Caríssimos leitores, continuaremos a aprender sobre a Santa Missa e a correta Liturgia Católica.
 
As últimas postagens, embora úteis a qualquer católico que queira compreender o real sentido da Santa Missa e como celebrá-la/assistí-la, são mais propriamente direcionadas àqueles católicos que frequentam a Santa Missa Novus Ordo ("Missa Nova" - comumente celebrada em todo o Brasil), uma vez que a Santa Missa em sua forma extraordinária ("Missa de Sempre/Missa Antiga") não permite tamanha variação em sua celebração.
 
Um fato importante e desconhecido porém, é que a Santa Missa em sua nova forma também não permite "formas diferentes" de celebrá-la/assistí-la, então como encontrar respostas para as seguintes constatações:
 
Por que a Missa de Padre Fulano é mais animada que a de Padre Beltrano?
 
Por que na Missa X tem guitarra e bateria e na Missa Y apenas órgão de tubos?
 
Por que em tal Missa há "dancinhas", "pulinhos", coreografias e demais comportamentos enquanto que naquela outra Missa temos que adotar uma postura séria e respeitosa?
 
Por que em determinada Missa há cantos de músicas protestantes, músicas seculares (Legião Urbana, etc) e em outra os cantos são realizados pelo coral e há cantos gregorianos?
 
Enfim, por que tanta diferença? Tudo isso é permitido, possível, correto?
 
Pelas últimas postagens que fizemos à respeito da Liturgia da Santa Missa, principalmente no sermão do Padre Marcelo Tenório que trazia inclusive citações de São Pio de Pietrelcina, aprendemos que a Missa não é simplesmente uma "ceia, um banquete em volta da mesa". Também o é, mas antes de tudo trata-se da Renovação do Santo Sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo, trata-se de um novo Calvário.
 
Não é uma festança, um "auê", um "oba oba". Devemos estar infinitamente alegres e cheios de gratidão por Deus Nosso Senhor nos ter presenteado com tão maravilhoso Mistério, porém devemos também saber como celebrarmos/assistirmos a este Santo Mistério.
Imagem de Destaque
Papa João Paulo II no solene momento da Consagração
 
Bom, como simples leigo que sou deixarei de falar sobre algo tão importante para trazer abaixo as palavras de alguém com autoridade para nos ensinar: as palavras do Santo Padre Papa Bento XVI sobre a Carta Apostólica do Santo Padre João Paulo IIDomenica Coena – datada de 24/02/1980:
 
A liturgia não é um show, um espetáculo que necessite de diretores geniais e de atores de talento. A liturgia não vive de surpresas simpáticas, de invenções cativantes, mas de repetições solenes. Não deve exprimir a atualidade e o seu efêmero, mas o mistério do Sagrado. Muitos pensaram e disseram que a liturgia deve ser feita por toda comunidade para ser realmente sua. É um modo de ver que levou a avaliar o seu sucesso em termos de eficácia espetacular, de entretenimento. Desse modo, porém , terminou por dispersar o propium litúrgico que não deriva daquilo que nós fazemos, mas, do fato que acontece. Algo que nós todos juntos não podemos, de modo algum, fazer. Na liturgia age uma força, um poder que nem mesmo a Igreja inteira pode atribuir-se: o que nela se manifesta é o absolutamente Outro que, através da comunidade chega até nós. Isto é, surgiu a impressão de que só haveria uma participação ativa onde houvesse uma atividade externa verificável: discursos, palavras, cantos, homilias, leituras, apertos de mão… Mas ficou no esquecimento que o Concílio inclui na actuosa participatio também o silêncio, que permite uma participação realmente profunda, pessoal, possibilitando a escuta interior da Palavra do Senhor. Ora desse silêncio, em certos ritos, não sobrou nenhum vestígio.
Papa Bento XVI e a solenidade ao distribuir o Corpo de Cristo
 
Que tenhamos a humildade, o zelo e o amor à Santa Igreja de Cristo para abandonarmos nossos desejos, preferências e opiniões pessoais e acatemos com amor filial os ensinamentos da Igreja sobre aquilo que ela - e só ela - possui de mais Sagrado e Essencial: O Santo Sacrifício da Missa.

¡Viva Cristo Rey!

Fonte da citação (comentário do Santo Padre): Venite Adoremus

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

SAN JENARO SÁNCHEZ DELGADILLO, rogai por nós!


Hoje é dia de São Jenaro Sánchez Delgadillo, mártir Cristero.

Jenaro, filho de Cristóbal Sánchez e Julia Delgadillo, de condição humilde e cristãos fervorosos, nasceu em 19 de setembro de 1886 em Agualele, Paróquia de Zapopan, estado de Jalisco.

San Jenaro Sánchez Delgadillo
Estudou no Colégio do Espírito Santo, na cidade de Guadalajara, também Jalisco. Ali cursou a educação primária. Trabalhava forjando metais na Oficina de Artes e Ofícios, onde ganhava algum dinheiro com a finalidade de ajudar no sustento de seu lar.

Terminados os estudos primários ingressou no Semi­nário de Guadalajara. Re­cebeu o Sacramento da Ordem em 20 de agosto de 1911. Exerceu seu ministério sacerdotal nas seguintes paróquias: Nochistlán (estado de  Zacatecas) e Zacoalco de Torres, San Marcos, Cocula, Tecolotlán e por fim na Capelania de Tamazulita, pertencente à mesma Paróquia de Tecolotlán, todas no estado de Jalisco.

Exerceu seu ministério com extremo zelo apostólico e com boa organização. Seu pároco  de Cocula, sempre o elogiava e se mostrava bastante satisfeito com sua conduta e seu tra­balho. Gostava de pregar e seus sermões eram eloquentes e comoventes. Era assíduo ao confessionário, desprendido das coisas materiais e compassivo com os necessitados; atendia a todos, mas especialmente aos enfermos, onde   exerceu este apostolado em numerosos ranchos e fazendas.

Movido por seu amor à Deus, o padre Jenaro se preocupava com a salvação de todos. Se esmerava pela formação cristã das crianças e ele mesmo lhes ensinava o catecismo. Chegou a Tamazulita no ano de 1923, acompanhado de seus pais. Neste lugar exerceu seu ministé­rio até seu martírio.

Diante do ambiente persecutório que havia sido imposto pelo Governo, especialmente contra os sacerdotes,  Padre Jenaro sentiu em seu coração a impotência de desempenhar convenientemente seu ministério e chorou quando foi dada a ordem para que fechassem as igrejas.

Quando o culto público foi suspenso, exerceu seu ministério sacerdotal às escondidas, em casas particulares e nos arredores do povoado. Guardava o Santíssimo Sacra­mento em uma casa e ele mesmo o vigiava de perto. Era consciente do perigo de morte que corria mas, para atender espiritualmente a seus fiéis, decidiu não abandoná-los. Em várias ocasiões comentou com alguns fiéis:

Nessa perseguição muitos sacerdotes morrerão e talvez eu seja um dos primeiros”.

E asim foi. Em 17 de janeiro de 1927, Padre Jenaro andava no campo laçando alguns cervos com um grupo de vizinhos: Herculino, Crescenciano e Crescendo Castillo, Lucio Camacho, Ricardo Brambila, Agustín Chavarín e Juan Barajas. Nessa época vivia em um rancho chamado “La Cañada”, na casa da família Castillo. Pela tarde, ao retornar ao rancho, aquele homem de Deus e seus companheiros se deram conta que havia alguns soldados buscando-os. Os companheiros insistiram ao sacerdote para que fugisse, no entanto São Jenaro lhes disse: 

“Vamos descendo todos. Se não me conhecem, estou salvo; Agora se me conhecem, com certeza me enforcarão, porém nada acontecerá com vocês além de um susto. Eu tenho confiança em Deus que assim será”.

Ao chegar no rancho, todos foram presos. Ao padre o amarraram junto com Agustín Chavarín, costas com costas e assim os levaram a Tecolotlán. Depois, o Capitão federal Arnulfo, ordenou que todos fossem libertados, exceto o sacerdote.

No mesmo dia em que foi detido, por volta das onze da noite, levaram o sacerdote aos arredores de Tecolotlán, a um pequeno monte chamado “La Loma” ou “Cruz Verde”, onde havia uma árvore mexicana chamada Mezquite. A aproximadamente dez metros do mezquite havia uma casinha, on­de vivia a senhora Jovita García, mãe de Victoria Santos García, aquela que pôde presenciar os acontecimentos. A senhora Jovita ouviu muita algazarra, ofensas e palavrões, quando pelos buracos das paredes de sua casa pôde ver muitos soldados, que ao chegarem a aquele lugar formaram um círculo e no meio empurraram o futuro Mártir. Viu que lhe puseram uma corda em seu pescoço e podê ouvi-lo, em alto e bom som, dizer: 

"Bom, meus conterrâneos, vocês vão me enforcar; eu lhes perdoo e que meu Pai Deus Nosso Senhor também vos perdoe... e que sempre viva Cristo Rei!”. 

Em seguida os soldados suspenderam a corda com tamanha brutalidade que a cabeça do padre bateu violentamente no galho do mezquite onde haviam pendurado a corda. Ali o deixaram pendurado e se foram.

Assim permaneceu seu corpo até a madrugada, e antes que amanhecesse os soldados retornaram. Talvez ainda vivo lhe deram um tiro acertando seu ombro esquerdo. Desceram o cadáver e ao ser colocado no chão, um sol­dado o traspassou com um tiro de baioneta. O corpo do sacerdote permaneceu ali estendido por toda a manha. Estava próximo ao mezquite e cheio de formigas; a pessoas que por ali passavam lhe improvisaram uma pequena sombra. Nem a família de Jovita, que havia presenciado o crime, nem os que ali passavam, sabiam que se tratava do corpo do sacerdote de Tamazulita.

Em 18 de janeiro, por volta das onze da manhã, passou por ali a professora Angelita Fernández Lepe, que reconheceu o cadáver e disse que era o padre de Tamazulita. Avisaram então a mãe do Padre Jenaro.

Dona Julia chegou e, abraçando o cadáver de seu filho, chorou amargamente. Os ha­bitantes do lugar conseguiram permissão do chefe militar por meio do presidente munici­pal, Amado Lepe, para levar o cadáver a Tecolotlán, à casa da professora Angelita Fernández Lepe, e ali o velaram, porque as autoridades não permitiram que levassem seu corpo à Igreja.

Em “La Loma” ou “Cruz Verde”, lugar de seu martírio, os fiéis erigiram um monumento para recordar o sacrifício do sacerdote Mártir, aquele que entregou sua vida por Cristo Rei e Santa Maria de Guadalupe. 

SAN JENARO SÁNCHEZ DELGADILLO, rogai por nós!

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

A "neutra e imparcial" mídia brasileira...

Que diariamente somos bombardeados com propagandas, programas e telenovelas portadoras de mensagens pró-homossexualismo, todos já estamos cansados de saber.

Curioso é observar como a mídia brasileira em seus veículos informativos tais como jornais impressos, telejornais e internet - veículos estes ditos "neutros e imparciais" - abordam o tema "casamento" gay.

Na França, aproximadamente 1 milhão de pessoas saíram pelas ruas de Paris em manifestação contra o "casamento" entre pessoas do mesmo sexo e a adoção de crianças por homossexuais.

Protesto do mar de gente contrário ao "casamento" gay: Para a Mídia Brasuca, "irrelevante"

No entanto, até onde pude ver NENHUM dos meios jornalísticos (ao menos os grandes jornais impressos e televisivos) noticiou o fato, ocorrido no último dia 13.

Mas o mais curioso é que a grande maioria destes mesmos veículos informativos traziam em seus noticiários ou impressos em suas capas o protesto de 4 (isso mesmo, QUATRO) mulheres favoráveis ao "casamento" gay, protesto este realizado na Praça de São Pedro no Vaticano durante a oração do Angelus pelo Santo Padre.

Protesto das 4 favoráveis ao "casamento" gay: Para a mídia brasuca, "furo de reportagem"

As 4 (quatro) mulheres arrancaram suas camisetas em meio à multidão de católicos e começaram a gritar palavras obscenas e ofensivas à Igreja e ao Papa (ofensas essas também escritas em seus corpos) até que por fim foram detidas.

Nos resta a pergunta: Será coincidência essa  postura da mídia brasileira em omitir a manifestação francesa e noticiar a manifestação das 4 distintas senhoritas no vaticano ou será que isso faz parte da agenda adotada já há alguns anos por determinadas organizações que sabem muito bem o que estão fazendo?

Cada um que tire suas próprias conclusões...

Para mais informações sobre a manifestação em Paris: Fratres in Unum: um mar de gente...

Para mais informações sobre a manifestação no Vaticano: Fratres in Unum: "Gentileza e cortesia"

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Descanse em paz, PADRE VALDIR MULLER

Nosso Vigário Paroquial,
 
Requiem aeternam dona eis, Domine

Hoje (11/01/2013) recebi a triste notícia do falecimento do Padre Valdir Muller, Vigário Paroquial da Área Paroquial Santo Antônio no morro do Parque Taipas, Região Episcopal Brasilândia da Arquidiocese de São Paulo.
 
Padre Valdir fez jus ao título recebido após ser consagrado a Deus como sacerdote: Padre... Pai.
Sinto que perdi um verdadeiro Pai, aquele que me deu pela 1ª vez a Sagrada Óstia em minha Primeira Comunhão do Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo.
 
Aquele que muitas vezes me ouviu em Confissão, fazendo as vezes de Nosso Senhor Jesus Cristo ao me dar a absolvição sacramental.
 
Aquele que a cada Santa Missa renovava o Sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo e nos proporcionava a oportunidade de receber o Santíssimo Sacramento.
 
Aquele que em cada Santa Missa em seus sermões nos ensinava a amar a Cristo, a Igreja, os Sacramentos, o Santo Padre, enfim, a anunciarmos Jesus Cristo ao mundo.
 
Aquele que abençoou meu matrimônio nos assistindo ao fazermos, minha esposa e eu, o juramento canônico e prometendo educar nossos futuros filhos na fé católica.
 
Aquele que me deu sábios conselhos e sempre acreditou em mim.
 
Enfim, sinto que perdi, ou melhor, que perdemos um pai. A perda nos dói, dói bastante e é compreensível pois somos apenas homens, pobres homens. Mas se por outro lado sabemos que o perdemos, como cristãos sabemos mais ainda que Padre Valdir neste momento já se apresentou ao Justo Juiz, Justo e Misericordioso Juiz, tão misericordioso que nos permitiu chamá-lO de PAI. PAI NOSSO.
 
Rezemos pela alma de nosso querido Padre Valdir, para que Nosso Senhor o receba e o coroe com a coroa reservada àqueles que o amam e o imitam, assim foi nosso querido Padre Valdir: um verdadeiro imitador de Nosso Senhor Jesus Cristo. Que esteja na Glória do Reino do Céus Padre Valdir.

 

 
 
Requiem aeternam dona eis, Domine
 
Velório: 11/01/2013: 22h00 no Santuário de São Pio de Pietrelcina (Parque Taipas)
 
Missa de Requiem (Corpo Presente): 12/01/2013: 08h00 no Santuário de São Pio de Pietrelcina (Parque Taipas)
 
Enterro: 12/01/2013: 11h00 22h00 no Cemitério Getsemani (Jaraguá)

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Mas afinal, O QUE É A MISSA?

Caros leitores, ¡Que viva Cristo Rey!

Dando continuidade ao tema abordado no artigo anterior (abusos litúrgicos), trago para apreciação de todos o excelente artigo do Padre Marcelo Tenório que fala sobre "O QUE É A MISSA".

Confesso que dentre as diversas descobertas que fiz acerca da Fé Católica, Fé essa que acreditava conhecer, uma das que mais me surpreenderam foi descobrir qual a natureza da Santa Missa. Pude compreender o quão deturpada era a idéia que eu tinha - e que talvez a maioria dos católicos tenha - do que seja a Santa Missa.

Vivemos em tempos de verdadeiras disputas por clientes/fiéis empreendidas por diversas religiões, sobretudo pelas autodenominadas "evangélicas". É culto disso, culto daquilo, "campanha do enriquecimento", "culto da vitória financeira", "culto da cura das 1000 enfermidades", etc. Vale tudo para atrair os espiritualmente menos preparados ou aqueles ávidos por satisfazer seus desejos e aspirações.

Além dos cultos adaptados para atender às necessidades materiais, físicas e emocionais, surgiram também os adaptados às necessidades de grupos específicos. Exemplo disso são as "igrejas" e cultos dos jovens, do surf, do reggae, da balada, rock golpel, samba gospel, funk de "cristo", etc.

Nesse contexto nos encontramos nós, os católicos e, influenciados por esse tipo de comportamento, acabamos acreditando também ser possível aplicar essa noção ao catolicismo e então pensamos:

"vamos atrair o jovem, o funkeiro, o umbandista, o sertanejo, enfim, vamos tornar as celebrações mais alegres e atraentes... se há culto dos jovens, balada de "jesus", rock católico, etc... por que não também na missa?"

E pela noção errônea que temos do que seja a Santa Missa acabamos trazendo também esse erro para o que deveria ser o momento máximo do respeito e da solenidade e é justamente deste grave erro que surgem aberrações tais como "missa afro", "missa do jovem", danças, luzes e algazarras em meio ao Culto Divino.

O artigo abaixo mostra aquilo que muitos provavelmente desconheçam. Certamente alguns ficarão surpresos ou mesmo chocados com a dureza da Verdade ao apresentar o real significado da Santa Missa em confronto com tudo aquilo que mantinham de opinião e concepção própria sobre a Mesma.

Mas desde já posso adiantar que, assim como aconteceu comigo, o conhecimento do verdadeiro significado da Santa Missa, num primeiro momento impactante, trará para os corações daqueles que buscam a verdade o verdadeiro amor a este santo e augusto Sacrifício, assim como ao Santo Mistério que nele se realiza: O Santíssimo Sacramento que é o Próprio Cristo!

LEIAM ATENTAMENTE!!

(Os destaques são nossos)
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Homilia da Missa do 6º Domingo Após Pentecostes

Pe. Marcelo Tenório

Na Epístola de São Paulo aos Romanos fala-se que o centro teológico é justamente a vida nova em Cristo pelo Batismo. Participamos da morte de Cristo através das águas sagradas do nosso Batismo. E dizem as Santas Escrituras que “se com Ele morremos, com Ele iremos ressuscitar”. Participamos da Sua Paixão, somos mergulhados e lavados no Seu sangue.

No Livro do Apocalipse, quando São João vê aquela grande multidão de branco e indaga: “Quem são estes diante do trono do Cordeiro?”, vem a resposta: “Estes são aqueles que vieram da grande tribulação e lavaram as suas vestes no Sangue do Cordeiro.” Lavamos as nossas vestes, podres pelo pecado original, já na pia de nosso Batismo, no Sangue do Senhor, na Sua redenção. Por isso, nos tornamos homens novos; o homem velho morre, é deixado de lado. Ora, se nos tornamos novos, devemos viver vida nova. E, noutra passagem, encontramos: “Vós estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus.” E é verdade. Morremos no Batismo: morremos para o mundo, morremos para o pecado. O pecado não pode ter em nós a última palavra. Não vivemos para ele; não pertencemos a ele; morremos para ele e nascemos para Deus.

A nossa grande luta enquanto aqui estivermos é justamente correspondermos à graça de Deus. São Paulo, reconhecendo suas falhas, reconhecendo seus limites, suas fraquezas, pede a Deus três vezes para que retire o espinho de sua carne, e Deus lhe responde: “Basta-te a Minha graça.” O que basta para nós é a graça de Deus no Sacramento do Batismo, e em nenhum momento, e por nada, devemos nos afastar desta vida nova, desta graça santificante.

(Nele vemos) Jesus que tem compaixão, que se compadece; o texto original fala que “as Suas entranhas se contorceram”, “compadeceram-se”, “as entranhas se compadecem”. Deus que se compadece da fome do Seu povo – que não era aquela fome material – multiplica os pães não tendo em vista o bem material, mas para alertá-los, ensiná-los ou atraí-los para algo mais importante. Depois, quando a multidão se volta para Ele, vai lhe dizer:Vocês vieram aqui não pela Minha palavra, mas porque comeram e ficaram saciados. Trabalhai, buscai o Pão que, se vocês comerem dele, terão a vida eterna; Minha carne trará vida ao mundo.

Em todo o Capítulo 6 do Evangelho de São João, Nosso Senhor nos dá a belíssima catequese sobre a Santíssima Eucaristia. Então, o Batismo está ligado perfeitamente à Santíssima Eucaristia. Os pães que servem aqui para alimentar a vida material do povo, saciar sua fome, é a prefiguração do Pão do Céu:Eu sou o pão vivo que desceu do Céu.Os sete cestos que sobraram significam a perfeição deste alimento.Vossos pais comeram o maná no deserto e morreram; mas aquele que comer deste pão viverá eternamente, porque o pão que darei é a Minha carne para a vida do mundo.

E aí está a Missa. O que é a Missa? A Missa é a renovação do mistério da cruz. E o que aconteceu na cruz, o que aconteceu no Calvário? Morte, paixão [=sofrimento, n.d.r.], dor... E, se participamos desta morte, também participaremos da Sua ressurreição.

Padre Pio dizia:A Missa é uma eterna agonia, e a minha responsabilidade é única no mundo.A Missa é isto: uma eterna agonia. É o sofrimento de Deus que se humilhou por nós e que foi elevado na cruz, no martírio, na ignomínia, pois a cruz era sinal de maldição para os romanos.

A Missa não é um palco para apresentações, onde há“fãs e ídolos”. Isso não é Missa! A Missa é o Calvário; nela não há palcos, há o altar da cruz. A Igreja não vive de fãs, a Igreja vive de fiéis, fiéis que esperam aos pés do Calvário o sangue redentor que se renova neste mistério da Paixão e do sacrifício da cruz. Aqui não há ídolos, aqui não há fãs, aqui não há animação!

O grande sinal de que não se entende a Missa é a busca por Missas“animadas”. “Missas animadas” não existem, porque não existe um Calvário animado! Você ficaria tão animado assim na morte do seu pai, ou do seu irmão de forma tão trágica? Você pularia de alegria? Você dançaria rodopiando ao redor do caixão? Não existe Missa animada, porque a Missa é o sacrifício da cruz: Cristo que padece, Cristo que sofre, Cristo que está só, Cristo que morre para a salvação da humanidade inteira.

“Mas Ele ressuscitou!”, dizem. Sim! Ressuscitou... Mas o que se espera de Deus, que é a vida? Que esteja vivo! A Teologia Católica não se fundamenta na Ressurreição. São os protestantes que nela se fundamentam e por isso suas cantigas cantaroladas falam muito de que Cristo está vivo, de que Cristo vive... Mas a Teologia Católica é da cruz. Diz São Paulo: Eu vos prego Cristo, Cristo crucificado.Por quê? Porque o grande mistério não é o de Deus vivo. É óbvio que se esperaria isso Deus! O grande mistério, na verdade, é um Deus que é vivo, que é a própria vida, que é essencialmente vida, que não pode morrer e que não pode sofrer, mas que sofreu verdadeiramente e morreu por nós, assumindo as nossas dores, assumindo a nossa humanidade. Este é o grande mistério! E é este mistério que renovamos na Missa, onde é dada para nós a Eucaristia: o Corpo e Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo. A Eucaristia que permanece para nossa adoração escondida no silêncio do sacrário.

Então, isto é a Missa... A Missa nada mais é do que o sacrifício da cruz. Por isso não nos cabe dizer: “Vou àquela Missa porque gosto disso”, ou “Gosto de Missa assim e assado...”. Ora, a Missa não é para ti! A Missa é o culto supremo que a Igreja, por mandato de Jesus, presta a Deus. A Missa não é para ti, nem para os outros; a Missa é para Deus. E nesta Missa, o que acontece? Nesta Missa, Cristo Se oferece ao Pai destruído, partido, por nós homens, e pela nossa salvação. Isto é Missa.

Logo, não existe Missa animada ou Missa alegre, assim como não deve existir um velório alegre. Existe, sim, uma alegria cristã profunda. Podemos afirmar que Nossa Senhora estava no Calvário profundamente alegre, por quê? Porque Ela sabia que ali acontecia a redenção da humanidade. Mas a alegria dEla não era eufórica. Há uma alegria extrema, interior, profunda, que se sente mesmo na dor. O resto é periférico; são euforias passageiras; sentimentalismos etéreos que mais atrapalham do que ajudam a compreender o que realmente é a Missa. E como devemos estar na cruz? Como os outros estavam, diz Padre Pio: 

Como estava a Virgem Maria, como estava São João, como estavam os Apóstolos, como estavam as Santas mulheres”: aos pés da cruz olhando para o Crucificado. Ele mesmo falou: “Quando Eu for elevado, atrairei todos a Mim.” Isto é a Missa, nada mais que isto.

FONTE

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

ABUSOS LITÚRGICOS - Introdução

Um novo ano se inicia e para nós que nesse mundo continuamos, Deus nos dá nova oportunidade para mudarmos, para corrigirmos as falhas, para que busquemos corresponder cada vez mais ao Seu chamado, ao Seu convite à santidade, enfim, à uma vida mais alinhada aos Seus desígnios.
 
Um dos motivos que me fez criar este pequeno blog foi a possibilidade de re-transmitir o conhecimento que venho adquirindo nestes últimos anos, conhecimento este derivado do estudo da história, doutrina e documentos relacionados à Santa Religião de Cristo Jesus.
 
Este período de estudos vem para mim, de forma tão concreta como que se utilizasse as mãos, retirando uma imensa sombra que estava a ocultar o riquíssimo tesouro escondido que é a Religião Católica.
 
Se por um lado a sensação é de encantamento por descobrir o que antes desconhecia, por outro lado por vezes tive (e continuo a ter) de exercitar a virtude da humildade ao perceber que muito do que eu achava e acreditava não correspondia ao que a Igreja professa e transmite.
 
Tenho aprendido que para sermos católicos de fato devemos muitas vezes abrir mão de nossos achismos, paixões e preferências pessoais para, fazendo uso da razão e da inteligência que nos foram dadas por Deus, humildemente acolhermos o ensinamente daquela que nos foi deixada por Nosso Senhor Jesus Cristo para nos instruir nos caminhos do Senhor, daquela que é a "coluna e sustentáculo da verdade" (1 Timóteo, cap 3 vers. 15), daquela que é mãe e mestra: a Santa Igreja Católica.
 
Abaixo trago um artigo introdutório que nos faz tomar conhecimento de um gravíssimo problema, desconhecido por grande parte dos católicos: os abusos litúrgicos. Que neste ano que se inicia busquemos aceitar o chamado de Deus e viver segundo Sua vontade, inclusive honrando-O e cultuando-O também segundo Sua vontade, mesmo que isso implique em abandonar certas práticas que nos pareçam agradáveis mas que vão em contra à aquilo que a Santa Igreja de Deus ensina e que portanto corresponde à vontade do próprio Deus.

¡Viva Cristo Rey!

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Cardeais: abusos litúrgicos enfraquecem a fé



O sacrílego abuso litúrgico durante uma Missa...
Por Cindy Wooden

Tradução: Fabiano Rollim



Um enfraquecimento da fé em Deus, um aumento no egoísmo e uma queda no número de pessoas que vão à Missa podem ser rastreados até abusos litúrgicos ou Missas que não são reverentes. É o que dizem dois cardeais e um consultor do Vaticano.
 
O Cardeal americano Raymond Burke, chefe da suprema corte do Vaticano disse:
 
“se cometemos o erro de pensar que somos o centro da Liturgia, a Missa levará a uma perda de fé”.

O Cardeal Burke e o espanhol Cardeal Antonio Cañizares Llovera, prefeito da Congregação para o Culto Divino e os Sacramentos, falaram em 2 de março no lançamento de um livro em Roma.

O livro, publicado apenas em Italiano, foi escrito pelo Pe. Nicola Bux, que trabalha como consultor para as congregações para a doutrina da fé e para a causa dos santos e para o escritório responsável pelas liturgias papais.
 
...em contraste com a sacralidade do Santo Sacríficio da Missa Católica.


A tradução do título do livro do Pe. Bux para o português seria “Como Ir à Missa e Não Perder Sua Fé”.

O Cardeal Burke disse aos presentes no lançamento do livro que concorda com o Pe. Bux quando este diz que “abusos litúrgicos trazem sérios danos à fé dos católicos”.

Infelizmente, disse ele, muitos padres e bispos tratam violações de normas litúrgicas como algo não importante quando, de fato, são “abusos sérios”.

O Cardeal Cañizares disse que ainda que o título do livro seja provocativo, demonstra algo em que ele mesmo acredita. “A participação na Eucaristia pode nos enfraquecer ou fazer com que percamos nossa fé se não entrarmos nela corretamente,” e se a Liturgia não é celebrada de acordo com as normas, disse ele.

“Isso vale tanto para a forma Ordinária como para a forma Extraordinária do mesmo rito Romano,” disse o cardeal.

O Cardeal Cañizares disse que num tempo onde tantos vivem como se Deus não existisse, as pessoas precisam de uma verdadeira celebração Eucarística para lembrá-las de que somente Deus deve ser adorado e de que o verdadeiro significado da vida humana vem apenas do fato de que Jesus deu Sua vida para salvar o mundo.

Pe. Bux disse que muitos católicos modernos pensam que a Missa é realizada pelo padre e pela assembleia quando, de fato, é Jesus que a realiza.

Se você vai à Missa em um lugar e depois em outro, não encontrará a mesma Missa. Isso significa que aquela não é a Missa da Igreja Católica, a que o povo tem direito, mas apenas a Missa dessa paróquia ou daquele padre,” disse ele.
 
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 Continuaremos com outras postagens referentes a este tema de SUMA IMPORTÂNCIA!