"Cristão é meu nome e Católico é meu sobrenome. Um me designa, enquanto o outro me especifica.
Um me distingue, o outro me designa.
É por este sobrenome que nosso povo é distinguido dos que são chamados heréticos".
São Paciano de Barcelona, Carta a Sympronian, ano 375 D.C.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

O Novo PAPA e o 3º Segredo de FÁTIMA

Antonio Socci
 
Fonte: Jornal Libero, blog Lo Straniero
 
Tradução: Montfort 
 
 
Papa Bergoglio está às voltas com a dificuldade do “quarto segredo” de Fátima, a parte misteriosa da profecia de Nossa Senhora que não teria ainda sido publicada? Isto se evidencia de uma série de acontecimentos surpreendentes nos dias de hoje.
 
O evento
 
Antes de expo-los lembremos os fatos. Em meio à Primeira Guerra Mundial, Nossa Senhora aparece, em 13 de maio de 1917, em Fátima, Portugal, aos três pastorinhos: Lúcia dos Santos e os dois primos, Francisco e Jacinta Marto.
 
O evento se repete a cada dia 13, até 13 de outubro do mesmo ano, quando a Mãe de Cristo dá o “sinal” pedido – como um desafio – pelos jornais laicos e comentaristas da época, o sol girando no céu.
 
Na aparição de 13 de Julho, Nossa Senhora havia dado às crianças uma mensagem para todo o mundo, uma grande profecia do que aconteceria em breve, se a humanidade não se voltasse a Deus, a revolução comunista na Rússia, a propagação de comunismo em todo o mundo, grandes perseguições da Igreja e, finalmente, uma nova guerra e mais terrível com o genocídio de povos (tudo se tornou realidade).
 
A terceira parte dessa mensagem, de julho de 1917, que – de acordo com a indicação da Virgem Maria – era para ser lançado em 1960, foi ao contrário declarada secreta em 1959, pelo Papa João XXIII.
 
Floresceram assim durante anos ao redor temores apocalípticos e suposições de qualquer tipo.
 
A publicação
 
Em 2000, João Paulo II decidiu tornar público o segredo Terceiro: a Irmã Lúcia no texto descreveu a visão do “Bispo vestido de branco”, a sua dolorosa Via Crucis em uma cidade destruída, entre os cadáveres, e, finalmente, o martírio dele, sobre o Monte da Cruz, juntamente com muitos bispos e fiéis.
 
Foi o então Monsenhor Bertone quem organizou a publicação do Segredo. Mas, nessa publicação e interpretação do texto houve muitas falhas.
 
No meu livro “O Quarto Segredo de Fátima”, lançado em novembro de 2006, mostrei as muitas contradições e as pistas que levavam a pensar que o terceiro segredo estava incompleto: faltava-lhe um texto, do qual conhecemos algumas características, que contém as palavras proféticas de Nossa Senhora sobre a Igreja e o mundo de hoje.
 
Eu comentava também que o antigo secretário de João XXIII, o Monsenhor Capovilla, testemunha direta dos acontecimentos, em uma conversa com Solideo Paolini tinha justamente mencionado a existência deste texto misterioso.
 
Em maio de 2007, Bertone, nesse meio tempo tornado Secretário de Estado do Vaticano, publicou um livro-entrevista onde ele reiterou sua versão (e não só dele), mas não deu uma única resposta a tantas perguntas e dúvidas.
 
Poucos dias depois, ele participou de um programa de televisão, durante o qual – sem contradição – repetiu sua ideia e mostrou os envelopes abertos em 2000 e que continham o terceiro segredo.
 
Esse “golpe de teatro”, feito para refutar qualquer dúvida, no entanto, foi um gol contra. Na verdade, foi fácil ver que nos envelopes havia algo faltando.
 
Porque Monsenhor Capovilla tinha relatado em uma entrevista de alguns anos antes, quando – em 1959 – o Papa João XXIII leu o Terceiro Segredo e decidiu mante-lo secreto, disse ao mesmo Capovilla para “fechar o envelope” escrevendo em cima “Eu não faço nenhum julgamento” porque a mensagem “pode ser uma manifestação do divino e pode não ser.”
 
Bem, esta escrita, de próprio punho de Capovilla, nos envelopes mostrados na TV não estava. Por quê? Bertone não deu nenhuma resposta. Evidentemente, havia um “outro” envelope, que continha a parte polêmica.
 
Alguns dias depois o próprio Capovilla, entrevistado por Paolini, confirmou a existência de algo mais: um “anexo”.
 
Algo que – de acordo com Capovilla, que partilhava o ceticismo do Papa Roncalli – não provinha de Nossa Senhora, mas foi sim uma “reflexão” da freira, “sobre o bispo vestido de branco”.
 
E a parte nunca revelada do terceiro segredo – segundo o testemunho dos poucos que puderam lê-lo – parece ser explosivo. Aliás quem abriu novos cenários sobre o terceiro segredo foi o próprio Bento XVI em maio 2010.
 
O Secretário de Estado tinha de fato repetido até então que ele dizia respeito ao atentado contra João Paulo II em 1981 e tudo tinha sido realizado, escrevendo polemicamente na página 79 de seu livro: “A fúria da mídia é por não querer aceitar que a profecia não é aberta para o futuro, que é parte do passado. Ela não quer se render à evidência. ”
 
Em vez disso, o Papa Bento XVI disse exatamente o oposto: “É um erro pensar que a missão profética de Fátima está concluída”.
 
Ele falou estas palavras em pleno escândalo da pedofilia, durante uma peregrinação a Fátima inesperada, em 13 de maio de 2010, em frente ao Santuário.
 
Bento indica o futuro
 
Na ocasião, ele insere na profecia do Terceiro Segredo justamente o escândalo da pedofilia, o cume de uma dramática crise do sacerdócio e da Igreja.
 
É óbvio que este escândalo não poderia estar incluído na visão revelada em 2000 (em que não há qualquer vestígio do mesmo), mas, na outra parte a qual está ainda para ser publicada.
 
Bento XVI disse que: “sobre esta grande visão do sofrimento do Papa, que podemos, em primeiro lugar, referir ao Papa João Paulo II, estão indicadas realidades do futuro da Igreja que pouco a pouco se desenvolvem e se mostram… e portanto são sofrimentos da Igreja que são anunciados … Quanto às novidades que podemos hoje encontrar nessa mensagem, há também o fato de que não só de fora vêm ataques ao Papa e à Igreja, mas os sofrimentos da Igreja vêm justamente do interior da Igreja, do pecado que existe na Igreja “.
 
Como se pode ver, Bento XVI evitou indicar o atentado de 1981 como “a” realização do terceiro segredo e colocou a realização do Terceiro Segredo prolongando-se nos anos após o atentado de 1981 e em nosso próprio futuro: “ são realidades do futuro que pouco a pouco se desenvolvem e se evidenciam … sofrimentos da Igreja que são anunciados “.
 
É o oposto do que foi afirmado pelo Secretário de Estado. Bento XVI ainda deixou claro que o “triunfo do Coração Imaculado de Maria” anunciado por Nossa Senhora mesma em Fátima, como conclusão de sua profecia, não poderia ser identificado com a mera queda do comunismo em 1989, mas deveria ainda ser realizado.
 
De fato, em maio de 2010, o Papa disse: “Possam os sete anos que nos separam do centenário das Aparições (2017) apressar o anunciado triunfo do Coração Imaculado de Maria para glória da Santíssima Trindade”.
 
Evidentemente, para Bento XVI, estavam para chegar os anos decisivos. Estes.
 
O Papa Francisco e Fátima
 
E aqui estamos nós hoje. Papa Ratzinger, agora com 85 anos, sente falhar-lhes as forças para enfrentar o desafio dos tempos e renuncia ao pontificado em 11 de fevereiro, a festa de Nossa Senhora de Lourdes.
 
O sucessor é eleito em 13 de Março (o dia 13 do mês lembra a devoção de Fátima). Muitos refletem sobre a expressão misteriosa do Terceiro Segredo: “o bispo vestido de branco”. Do qual a Irmã Lúcia escreveu, “nós tivemos a impressão de que era o Santo Padre”.
 
Há quem se pergunte se essas palavras podem se referir ao papa demissionário. Ou a seu sucessor, que gosta de se chamar como “Bispo de Roma”.
 
O mesmo Papa Francisco, devoto de Maria (a quem dedica sua primeira visita), cita Fátima no Angelus de 17 de março. Depois, dez dias atrás um episódio surpreendente. O Papa Bergoglio telefona a Monsenhor Capovilla, agora com 90 anos de idade, que vive em Bergamo. Quer encontra-lo.
 
Capovilla aceita. Este estranho encontro e seu conteúdo ainda estão envoltos em mistério. Por que no primeiro mês de seu pontificado, o Papa sentiu a necessidade de ver o antigo secretário de Roncalli em particular? Por que a urgência?
 
Finalmente, há três dias, exatamente um mês depois de sua eleição, um anúncio surpresa: Papa Francesco pediu ao Patriarca de Lisboa, Cardeal José Policarpo, para consagrar seu pontificado a Nossa Senhora de Fátima.
 
O que isso significa? E o que podemos esperar?
 
Antonio Socci
 
De “Libero”, 14 de abril de 2013

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