"Cristão é meu nome e Católico é meu sobrenome. Um me designa, enquanto o outro me especifica.
Um me distingue, o outro me designa.
É por este sobrenome que nosso povo é distinguido dos que são chamados heréticos".
São Paciano de Barcelona, Carta a Sympronian, ano 375 D.C.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

"Padre BETO" - parte 1 - Espelho de Heresias

Entenda o caso:

Um Padre da Diocese de Bauru - Roberto Francisco Daniel, o Padre Beto - vem se tornando uma espécie de celebridade nos últimos meses. Tudo por conta de alguns vídeos postados no Youtube e compartilhados no Facebook onde o padre, como ele próprio define, vem buscando "evangelizar" aqueles que tenham contato com seus vídeos.

O leitor poderia perguntar: "Tá, e onde há problema nisso? E qual a novidade? Outros padres já não usam estes meios tecnológicos para evangelizar?"

Acontece que no caso do Padre "Beto" outros fatores influenciaram, tanto para que ele obtivesse esse sucesso relâmpago como para que surgissem os problemas e a repercussão deste caso. Vejamos quais seriam.

Podemos começar pelo "visú" do Padre. Não que isso fosse o fator determinante para se analisar a conduta de um sacerdote católico, mas quando sabemos que segundo a disciplina da Igreja um sacerdote deve vestir-se com seu hábito eclesiástico (no caso de religioso, da ordem a qual pertence, no caso de diocesano secular, a batina ou ao menos a camisa clergyman), o visual do reverendo padre já causaria certa estranheza ao fiel que o encontrasse:


Carecão a la "lutador de MMA" (não que isso seja problema), piercing na orelha (estranho não?), trajes joviais como calça jeans, tênis, camisetas com estampas meio contraditórias para um representante de Cristo (como a de Che Guevara, outrora por mim admirado como herói, até que descobri tratar-se de um assassino injusto e ainda por cima blasfemo), olhar e pose de sedutor.


O descolado Padre "Beto" e sua camiseta do CHE

Como ele mesmo diz, adora frequentar barzinhos para tomar um chopinho gelado em "happy hour" com os amigos, não que tomar uma cervejinha em si seria pecado (isso está mais relacionado com o puritanismo protestante), mas em tempos onde (sarcasmo on) "a população está tão imersa à prática religiosa e à santidade de vida" (sarcasmo off) penso que um sacerdote deveria ter outras prioridades em seu ministério.

Porém o problema com Padre Beto está longe de ser o seu visual descolado e sua cervejada com os amigos. Antes fosse! O problema Padre Beto é muito mais grave! Grave mesmo! O sacerdote em questão vem arrastando uma multidão de almas para o abismo por meio de suas palavras, sejam elas  em suas homilias, em seus escritos, em suas participações em programas de rádio e tv e, sobretudo, em seus vídeos lançados na internet sob o pretexto de "evangelizar".

Em alguns de seus vídeos o sacerdote faz duros ataques à Fé, doutrina e moral católicas como se tal comportamento fosse algo normal - e pior - falando isso como padre católico, resultando em que milhares (e graças à internet, agora milhões) de "católicos" ouçam suas palavras e acreditem estar ouvindo a Igreja, acreditando que continuam a ser católicos mesmo defendendo tais idéias e adotando tais posturas.
 
Quantas almas poderiam se aproximar (ou se reaproximar) da Igreja e de Cristo por meio das palavras deste padre, que ao contrário, as afasta prestando um desserviço à mesma Igreja que jurou fidelidade e agindo de maneira pior que seus inimigos declarados?

Segue abaixo um dos vídeos de Padre "Beto":


Como o vídeo/entrevista tem 6 minutos de duração, destaco abaixo algumas "perolas" proferidas pelo sacerdote em questão:

  • Que a Igreja vai ter que mudar por causa da ciência e do conhecimento humano que evolui.
  • Que não devemos classificar o ser humano em heterossexual, homossexual ou bissexual, mas sim em seres sexuados e que o amor pode surgir em qualquer um desses níveis (portanto que todos os tipos de relações são permitidas).
  • Que as condenações e tudo o que está escrito na Bíblia são frutos da sociedade e mentalidade da época (ou seja, a Bíblia não seria a palavra de Deus que, como sabemos, não muda, mas apenas uma espécie de registro histórico). 

Em outros vídeos Padre Beto fala sobre o casamento e fidelidade, onde dentre outros absurdos diz que não há problema em um homem casado ter outra parceira (ou parceiro), desde que "conte à sua esposa". Isso também vale para a mulher. Segundo ele, dessa forma não estaríamos diante de uma traição, mas sim de uma espécie de casamento "aberto".

Também sobre a Igreja, diz ser falida sua atual estrutura, devendo a Igreja ser totalmente mudada, acabando-se com os templos físicos, para passar a reunir seus fiéis em espécies de "salões" administrados pelos próprios fiéis, e onde a figura do padre seria cada vez mais desnecessária. Será que padre Beto acredita no Sacramento da Ordem ou no Santíssimo Sacramento da Eucaristia, que só pode ser realizado por um PADRE?

O leitor deve estar querendo saber o porquê do título deste post... Explico:

Quando começaram a surgir os questionamentos quanto à sua conduta, seguidos de queixas ao Bispo e consequente pedido de retratação, Padre Beto deu as seguintes respostas em entrevista:

Entrevista do Padre Beto ao site Papo Feminino (destaques do Fratres in Unum).
 
Papo Feminino – O senhor recebeu com surpresa a determinação da Diocese de Bauru?
 
Padre Beto - Sim, recebi com surpresa. Não esperava isso. Não acho que fiz declarações absurdas nem que pudessem atingir autoridades ou os dogmas da Igreja. São reflexões para que as autoridades da Igreja ouçam e possam refletir. Por outro lado, acho que demorou muito até [para a Diocese determinar retratação].
 
Papo Feminino – O senhor diz que a estrutura de paróquia é falida e deveria ser revista. Também fala que o espaço físico das igrejas é ocioso. E diz ainda que a sexualidade deveria ser alvo de um debate na Igreja para que algumas regras em relação à conduta dos fiéis fossem reformuladas. Quais dessas declarações, na sua opinião, incomodou mais a Diocese?
 
Padre Beto – O que incomodou a Diocese foi o ato de refletir. Acredito que a posição de Dom Caetano é assim: “já existem pessoas em outras instâncias da Igreja refletindo por nós. Seu papel como padre não é refletir: é acatar e transmitir aos fiéis, que vão acatar também”.
 
Papo Feminino – Após a declaração da Diocese, dois lados se formaram nas redes sociais: aqueles que apoiam sua conduta e aqueles que repudiam. Quem não concorda com suas ideias diz que o senhor deveria sair da Igreja, já que não acata as regras internas. O que o senhor acha disso?
 
Padre Beto – A Igreja é uma instituição onde convivem correntes, linhas de pensamento. Neste momento histórico, determinadas linhas estão silenciosas, não estão se expressando. Mas a Igreja não pode ser um monólogo. A Igreja tem que ser uma mesa-redonda onde todas as linhas de reflexão possam discutir. E a Igreja só evolui quando essas linhas entram em debate. O Concílio do Vaticano 2º (assembleia da Igreja, realizada entre 1961 e 1965 e que, entre outros pontos, estimulou maior diálogo com outras religiões) foi um grande debate entre bispos e padres. Questionários foram enviados a todas as dioceses do mundo e encaminhados ao Vaticano para serem lidos, ou seja, teve participação de leigos. E isso foi importante para a evolução da Igreja. Preste atenção: Cristo se encontrou com todos, dialogou com todos de igual para igual, não foi preconceituoso. Dialogou com a prostituta, com a samaritana, que tinha outra fé, com os cobradores de impostos, os chamados pecadores da época. Eu digo para os meus opositores: enxerguem mais Jesus em vez de dogmas, normas ou preceitos religiosos.
 
Papo Feminino – Isso quer dizer que o senhor não vai se retratar?
 
Padre Beto – Ainda estou refletindo a respeito.

*    *   *
 
Bem, ao ler as respostas de Padre Beto não pude deixar de observar que o mesmo usa exageradamente o verbo REFLETIR. É tanto refletir pra cá, refletir pra lá, que não pude deixar de pensar:
 
"Poxa, quem tanto reflete assim é espelho!"
 
E de fato Padre Beto é um verdadeiro espelho. Espelho de Heresias. Padre Beto reflete a péssima formação que se deu (e continua a dar-se) em muitos seminários, substituindo o ensino da teologia e doutrina católica por marxismo e filosofias modernas e ateias.
 
Padre Beto reflete o espírito anticristão e anticlerical que vivemos atualmente.
 
Padre Beto reflete a confusão, perda de identidade e dessacralização em que vivem muitos dos membros da Igreja de Cristo.
 
Padre Beto reflete exatamente a Crise na Igreja. Crise de identidade. Crise de Fé.
 
Padre Beto apenas reflete as heresias e deformações que adquiriu e recebeu no decorrer de sua caminhada.
 
Pena que, como um espelho, as heresias refletidas por ele se reproduzem em outras pobres almas que, como ele, também as refletirão para outros. Assim, incontáveis almas se perderão por essa "reflexão" sem fim.
 
Há algo que possa ser feito? Essa triste (e não única) história acaba aqui? É o que veremos na continuação deste artigo.

 ¡Viva Cristo Rey!

Leia a continuação: "Padre BETO" - parte 2 - Reações ao caso

Um comentário:

  1. amigo,você é amor,coragem,e fiel a CRISTO,que lindo JESUS mora no seu coração,é por esse motivo que você se expressa com sabedoria do alto, que DEUS TE ILUMINE SEMPRE.

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