"Cristão é meu nome e Católico é meu sobrenome. Um me designa, enquanto o outro me especifica.
Um me distingue, o outro me designa.
É por este sobrenome que nosso povo é distinguido dos que são chamados heréticos".
São Paciano de Barcelona, Carta a Sympronian, ano 375 D.C.

sábado, 18 de maio de 2013

"Padre BETO" - parte 5 - "betólicos", católicos e uma pequena analogia

Com a excomunhão de Roberto Francisco Daniel, vulgo "padre Beto", diversas reações puderam ser observadas. Já falamos das reações dos "tolerantes", já falamos das reações da mídia etc. Comentaremos as reações dos "betólicos". Para que o leitor possa compreender o significado deste termo incomum, reproduzimos abaixo alguns comentários de "fiéis" publicados em notícia do site da Folha. Tais "fiéis" se dizem desiludidos com a excomunhão de "padre Beto". Vejamos seus comentários (os destaques são nossos):

"A aposentada Maria Cristina Cervantes de Queiroz, 53, que afirma ter sido "resgatada" pelo ex-padre, agora diz que é uma ex-católica e que não irá mais às missas. "Não posso mais fazer parte. Não gosto de hipocrisia, mentira. O sentimento que sobrou foi de vergonha."

Mais um comentário de outra "fiel":

A pipoqueira Maria Inês Faneco, 52, que é homossexual, diz que sempre se sentiu acolhida e "tratada com igualdade" pelo religioso. "Para mim Igreja Católica acabou. Eu só ia por causa dele. O padre Beto não fazia aquelas missas cansativas."

No primeiro comentário, a pobre senhora que se diz "resgatada" por Beto em seguida se define como "ex-católica" e afirma que "não irá mais à missas". A pergunta é: Dona Maria Cristina foi "resgatada" para quê ou para quem? Para uma nova vida? Para Cristo? Ou para Beto? E após a excomunhão (justíssima) de Beto, tal senhora se diz ex-católica... Ora, será que algum dia ela o foi? Será que ela sabe mesmo o que é ser católico(a)?

Quando uma pessoa diz abandonar a Fé que julgava professar assim como a Igreja - que deveria saber ser a Igreja de Cristo - porque o padre dela foi afastado, fica evidente que algo muito errado aí acontece. Fica evidente que tal pessoa ou desconhece ou tem uma visão totalmente distorcida do que significa Fé, Igreja e ser católico(a).

No segundo comentário vemos Dona Maria Inês dizer que para ela "a Igreja Católica acabou" e que ela "só ia à Missa por causa dele". Novamente nos perguntamos: Uma vez que Dna. Maria Inês só ia à missas por causa da presença de Beto e que sua saída significa para ela "o fim da Igreja Católica", seria mesmo essa senhora católica?
 
O significado do termo Católico já foi publicado em outro artigo aqui no blog, embora seja bastante útil o reproduzirmos aqui neste artigo. Segue:
 
A palavra católico é de origem grega - katholikos - e significa GERAL, UNIVERSAL. Refere-se à Fé cristã (conjunto de crenças e doutrinas) recebida dos Apóstolos de Jesus Cristo e transmitida aos demais, de modo que essa Fé seja Una (indivisa), transmitida e crida de forma idêntica por todos os cristãos, de todas as épocas e lugares, para que, dessa forma eles creiam na mesma Fé, Fé geral, universal, isto é, CATÓLICA.
 
Sendo assim, católico é todo aquele que professa a mesma e única Fé crida por todos os cristãos de todos os lugares e de todos os tempos.
 
Essa Fé católica é guardada e transmitida pela Igreja também dita Católica, cabendo ao católico adesão filial de sua vontade e de seu intelecto à essa mesma Fé.
 
Em outras palavras, todo aquele que queira ser católico deve acatar aos ensinamentos da Igreja no que se refere à Fé (Doutrina e Moral), reconhecendo na Igreja a Mater et Magistra, Mãe e Mestra da Verdade.
 
Portanto, se o católico deve crer, professar e defender a mesma Fé da Igreja para assim ser reconhecido como católico, constatamos que "padre Beto" bem antes de ser excomungado já não era mais católico. Quanto às senhoras cujos comentários foram apresentados no site da Folha, também não são católicas, estão mais para "betólicas", isto é, fiéis seguidoras de Beto. E pelos comentários das "fiéis", podemos ter uma ideia da formação do "católico" brasileiro em geral, assim como do tipo de "evangelização" e "resgate" promovido por Beto.
 
"Católicos", digo, betólicos protestam em passeata contra a excomunhão de Beto
 
Tenhamos cuidado também nós, católicos, para não nos tornarmos "betólicos" ou outros "ólicos", seguidores de padre tal, padre isso, padre aquilo, mas sim da Igreja, da Fé católica e daqueles padres que a Ela forem fiéis. Tenhamos cuidado ainda para não nos tornarmos "josélicos", "robertólicos", "marcólicos", isto é, seguidores de nós mesmos e de nossas "reflexões".
 
Por fim, para aqueles que ainda estão a criticar a Igreja, a Diocese de Bauru e seu bispo Dom Ferrari pela excomunhão de Beto, principalmente os não católicos que estão a "dar pitaco" onde não lhes diz respeito, recomendo a leitura da pequena analogia por mim criada para demonstrar o quão lógico foi excomunga-lo e também o quão contraditórios são estes críticos.
 
Segue abaixo:
 
"Padre católico e herege pode? Por que não "gavião palmeirense"?
 
Um homem que se diz corinthiano pede para ser aceito como membro e representante da principal torcida organizada do Corinthians, a Gaviões da Fiel. Os dirigentes da torcida, após entrevista-lo, lhe dão todo o treinamento necessário para que pudesse nela ingressar e apresentam os estatutos ao homem que, após lê-los e jurar obedecê-los, é aceito como integrante e representante da referida torcida corinthiana.
 
Além de crer e compactuar com todos os ideais defendidos pela torcida, ele deve defendê-la e representá-la (foi por isso que ELE a procurou), trazendo outras pessoas para o seio dessa torcida.
Esses outros deverão se alinhar ao que é crido e defendido pela torcida para que assim possam fazer parte do mesmo grupo, para que se sintam iguais, membros de um mesmo corpo e defensores de uma mesma causa.
 
Muito bem, acontece que o homem corinthiano, que deveria representar a torcida Gaviões da Fiel e tudo aquilo que ela crê e defende, passa a incentivar práticas, digamos que, "contrárias" à torcida que ele representa:
 
Passa a defender o uso de trajes verdes pelos integrantes da Gaviões da Fiel, entoar cânticos contrários aos da torcida por ele representada ("olê porco, verdão eô, etc") até que, por fim, começa a falar abertamente para que os corinthianos torçam pelo Palmeiras. Tais práticas são totalmente contrárias aquilo que é defendido pela torcida Gaviões da Fiel.
 
E o torcedor "corinthiano" defende tais recomendações (usar verde, gritar "olê porco" e torcer para o Palmeiras) usando o título de REPRESENTANTE da Gaviões da Fiel, causando grande confusão naqueles torcedores mais novos ou simpatizantes da torcida, além de escândalo para os mais antigos.
 
O homem está pregando totalmente o oposto do que está escrito no estatuto da torcida que ele representa, estatuto ao qual ele jurou fidelidade! No entanto, a torcida Gaviões da Fiel tenta dialogar, tenta fazer com que ele mude sua forma de agir, o orienta por diversas vezes e vai tolerando a situação por 4 anos!

Muitos dos torcedores menos preparados, com o passar do tempo, começam a aceitar tais práticas (palmeirenses) dentro da torcida Gaviões da Fiel por achar que elas são permitidas e aprovadas pela Torcida, afinal, quem as está incentivando é nada menos que um REPRESENTANTE da própria torcida! 
 
Enfim, após tantas tentativas a torcida pede que ele se retrate. Mas o "corinthiano" não só continua a defender o Palmeiras publicamente como trata com desdém as tentativas por parte da Gaviões da Fiel para solucionar o caso. Ainda afirma que não é ele que tem que mudar, mas sim a Gaviões é que deve se converter e torcer para o Palmeiras!
 
Por fim, sem outra alternativa, a Gaviões acaba por desligar de seu quadro de associados o rebelde torcedor representante. Este, por sua vez, se coloca como vítima e muitos o defendem, acusando a Gaviões da Fiel de ter sido tão "cruel e autoritária" para com o seu representante desligado.

*         *          *          *

Absurda a história, não? Pois é, deveríamos tirar essa mesma conclusão ao nos depararmos com o caso "Padre Beto", basta trocarmos as personagens. É certo que os mesmos defensores de Beto apoiariam a torcida que desligasse um representante como o descrito na pequena analogia, assim como apoiariam uma empresa que demitisse um de seus funcionários por ter agido contra ela, denegrindo-a e desrespeitando-a. Como aceitar que tal funcionário, agindo assim, continuasse na empresa? Que respondam os defensores de Beto.

Leia também: "Padre BETO" - parte 6 (final) - 5 minutos de fama e uma excelente análise sobre o caso

Um comentário:

  1. "Convertido à Fé Católica e Apostólica, fora da qual não há salvação." Este é seu perfil, Agora veja o do Beto:"Procuro todos os dias provocar as pessoas com palavras que as levem refletir sobre a vida e seus comportamentos. É um exercício que procuro fazer também para mim mesmo, ou seja, não deixa de ser uma auto-provocação."
    Um é dono da "verdade absoluta", o outro, um eterno aprendiz.

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