"Cristão é meu nome e Católico é meu sobrenome. Um me designa, enquanto o outro me especifica.
Um me distingue, o outro me designa.
É por este sobrenome que nosso povo é distinguido dos que são chamados heréticos".
São Paciano de Barcelona, Carta a Sympronian, ano 375 D.C.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

SAN JENARO SÁNCHEZ DELGADILLO, rogai por nós!

Hoje é dia de São Jenaro Sánchez Delgadillo, mártir Cristero.

Jenaro, filho de Cristóbal Sánchez e Julia Delgadillo, de condição humilde e cristãos fervorosos, nasceu em 19 de setembro de 1886 em Agualele, Paróquia de Zapopan, estado de Jalisco.

San Jenaro Sánchez Delgadillo
Estudou no Colégio do Espírito Santo, na cidade de Guadalajara, também Jalisco. Ali cursou a educação primária. Trabalhava forjando metais na Oficina de Artes e Ofícios, onde ganhava algum dinheiro com a finalidade de ajudar no sustento de seu lar.

Terminados os estudos primários ingressou no Semi­nário de Guadalajara. Re­cebeu o Sacramento da Ordem em 20 de agosto de 1911. Exerceu seu ministério sacerdotal nas seguintes paróquias: Nochistlán (estado de Zacatecas) e Zacoalco de Torres, San Marcos, Cocula, Tecolotlán e por fim na Capelania de Tamazulita, pertencente à mesma Paróquia de Tecolotlán, todas no estado de Jalisco.

Exerceu seu ministério com extremo zelo apostólico e com boa organização. Seu pároco de Cocula, sempre o elogiava e se mostrava bastante satisfeito com sua conduta e seu tra­balho. Gostava de pregar e seus sermões eram eloquentes e comoventes. Era assíduo ao confessionário, desprendido das coisas materiais e compassivo com os necessitados; atendia a todos, mas especialmente aos enfermos, onde exerceu este apostolado em numerosos ranchos e fazendas.

Movido por seu amor à Deus, o padre Jenaro se preocupava com a salvação de todos. Se esmerava pela formação cristã das crianças e ele mesmo lhes ensinava o catecismo. Chegou a Tamazulita no ano de 1923, acompanhado de seus pais. Neste lugar exerceu seu ministé­rio até seu martírio.

Diante do ambiente persecutório que havia sido imposto pelo Governo, especialmente contra os sacerdotes, Padre Jenaro sentiu em seu coração a impotência de desempenhar convenientemente seu ministério e chorou quando foi dada a ordem para que fechassem as igrejas.

Quando o culto público foi suspenso, exerceu seu ministério sacerdotal às escondidas, em casas particulares e nos arredores do povoado. Guardava o Santíssimo Sacra­mento em uma casa e ele mesmo o vigiava de perto. Era consciente do perigo de morte que corria mas, para atender espiritualmente a seus fiéis, decidiu não abandoná-los. Em várias ocasiões comentou com alguns fiéis:

Nessa perseguição muitos sacerdotes morrerão e talvez eu seja um dos primeiros”.

E asim foi. Em 17 de janeiro de 1927, Padre Jenaro andava no campo laçando alguns cervos com um grupo de vizinhos: Herculino, Crescenciano e Crescendo Castillo, Lucio Camacho, Ricardo Brambila, Agustín Chavarín e Juan Barajas. Nessa época vivia em um rancho chamado “La Cañada”, na casa da família Castillo. Pela tarde, ao retornar ao rancho, aquele homem de Deus e seus companheiros se deram conta que havia alguns soldados buscando-os. Os companheiros insistiram ao sacerdote para que fugisse, no entanto São Jenaro lhes disse:

“Vamos descendo todos. Se não me conhecem, estou salvo; Agora se me conhecem, com certeza me enforcarão, porém nada acontecerá com vocês além de um susto. Eu tenho confiança em Deus que assim será”.

Ao chegar no rancho, todos foram presos. Ao padre o amarraram junto com Agustín Chavarín, costas com costas e assim os levaram a Tecolotlán. Depois, o Capitão federal Arnulfo, ordenou que todos fossem libertados, exceto o sacerdote.

No mesmo dia em que foi detido, por volta das onze da noite, levaram o sacerdote aos arredores de Tecolotlán, a um pequeno monte chamado “La Loma” ou “Cruz Verde”, onde havia uma árvore mexicana chamada Mezquite. A aproximadamente dez metros do mezquite havia uma casinha, on­de vivia a senhora Jovita García, mãe de Victoria Santos García, aquela que pôde presenciar os acontecimentos. A senhora Jovita ouviu muita algazarra, ofensas e palavrões, quando pelos buracos das paredes de sua casa pôde ver muitos soldados, que ao chegarem a aquele lugar formaram um círculo e no meio empurraram o futuro Mártir. Viu que lhe puseram uma corda em seu pescoço e podê ouvi-lo, em alto e bom som, dizer:

"Bom, meus conterrâneos, vocês vão me enforcar; eu lhes perdoo e que meu Pai Deus Nosso Senhor também vos perdoe... e que sempre viva Cristo Rei!”.

Em seguida os soldados suspenderam a corda com tamanha brutalidade que a cabeça do padre bateu violentamente no galho do mezquite onde haviam pendurado a corda. Ali o deixaram pendurado e se foram.

Assim permaneceu seu corpo até a madrugada, e antes que amanhecesse os soldados retornaram. Talvez ainda vivo lhe deram um tiro acertando seu ombro esquerdo. Desceram o cadáver e ao ser colocado no chão, um sol­dado o traspassou com um tiro de baioneta. O corpo do sacerdote permaneceu ali estendido por toda a manha. Estava próximo ao mezquite e cheio de formigas; a pessoas que por ali passavam lhe improvisaram uma pequena sombra. Nem a família de Jovita, que havia presenciado o crime, nem os que ali passavam, sabiam que se tratava do corpo do sacerdote de Tamazulita.

Em 18 de janeiro, por volta das onze da manhã, passou por ali a professora Angelita Fernández Lepe, que reconheceu o cadáver e disse que era o padre de Tamazulita. Avisaram então a mãe do Padre Jenaro.

Dona Julia chegou e, abraçando o cadáver de seu filho, chorou amargamente. Os ha­bitantes do lugar conseguiram permissão do chefe militar por meio do presidente munici­pal, Amado Lepe, para levar o cadáver a Tecolotlán, à casa da professora Angelita Fernández Lepe, e ali o velaram, porque as autoridades não permitiram que levassem seu corpo à Igreja.

Em “La Loma” ou “Cruz Verde”, lugar de seu martírio, os fiéis erigiram um monumento para recordar o sacrifício do sacerdote Mártir, aquele que entregou sua vida por Cristo Rei e Santa Maria de Guadalupe.

SAN JENARO SÁNCHEZ DELGADILLO, rogai por nós!

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