"Cristão é meu nome e Católico é meu sobrenome. Um me designa, enquanto o outro me especifica.
Um me distingue, o outro me designa.
É por este sobrenome que nosso povo é distinguido dos que são chamados heréticos".
São Paciano de Barcelona, Carta a Sympronian, ano 375 D.C.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

SÃO MARGARITO FLORES GARCIA, mártir cristero

HOJE É DIA DE SÃO MARGARITO FLORES GARCIA!
Sendo de origem extremamente humilde, Margarito trabalhava desde pequeno para ajudar financeiramente a sua família, o que por duas vezes chegou a colocar sua saúde em risco.
Aos 14 anos manifestou um forte desejo de ingressar no Seminário de Chilapa, no entanto seus pais, Germán Flores e Merced García, se opuseram porque careciam de recursos para custeá-lo. Outras pessoas conheceram sua história e o incentivaram a seguir adiante, assim ingressando no Seminário em 1915, na idade de 15 anos.


Durante os anos de estudo, para ajudar financeiramente sua estadia no Seminário, exerceu o oficio de cabelereiro, cobrando um valor mínimo por cada corte de cabelo. Por obediência tinha sob sua responsabilidade a iluminação do seminário, por meio de candeeiros de petróleo, até que em 1919 instalaram a rede de serviço elétrico.

Apesar das dificuldades, conseguiu levar adiante seus estudos e recibeu a ordenação sacerdotal na Capela do Seminário de Chilapa no dia 5 de abril de 1924, por imposição das mãos de Dom José Guadalupe Ortiz. Celebrou sua primeira Missa solene em sua cidade natal, Taxco de Alarcón, no estado de Guerrero, na paróquia de Santa Prisca e São Sebastião, em 20 de abril de 1924.
Tempos depois, entre outros encargos, foi nomeado vigário da paróquia de Chilpancingo, também em Guerrero, onde na véspera das primeiras sextas-feiras de cada mês redobrava suas atividades com a finalidade de atrair seus fiéis ao confessionário, até que em 1926 surgiu o conflito religioso e foi removido de Chilpancingo sendo transferido a Tecalpulco.

Nesse lugar, visitou o Sacerdote de Cacalotenango, Padre Pedro Bustos; ambos foram surpreendidos por tropas federais, o que os obrigou a buscar refúgio nas montanhas, onde ficaram por vários dias; estando a salvo se separaram e cada um regressou à sua familia, mas Margarito não teve sorte em sua busca por refúgio, tendo que passar a noite sem abrigo e alimento.

Após permanecer um tempo com sua família, sob ameaça de grandes perigos devido à perseguição existente, viajou à Cidade do México. Pouco tempo tinha desde sua chegada ao hotel quando apareceu um soldado federal, inquirindo se entre eles havia algum sacerdote. Margarito se apresentou como médico. Já na Capital, se entregou com empenho e dedicação visando colaborar na solução do conflito religioso, além de participar da Academia de San Carlos, com o objetivo de aperfeiçoar seus conhecimentos.

Em junho do mesmo ano foi capturado e levado para a delegacia de Polícia, junto com outros elementos que integravam a Liga Nacional de Defesa Religiosa, aos quais pôde ministrar o sacramento da confissão. Por intervenção da família Calvillo junto ao General Roberto Cruz, foi conseguida a liberdade do Padre Margarito; no entanto o padre Margarito Flores presentia que seu martírio estava próximo, redobrando seu fervor no oferecimento de seu sacrificio e dedicação de seu ministério.

Por fim foi enviado a Atenango del Río e em sua ida a esse lugar acabou sendo preso pelas tropas federais. Na madrugada despojaram o Padre, sem nenhuma consideração, subtraindo-lhe todas as coisas que levava, deixando-o somente em roupas íntimas, descalço e amarrado em meio à cavalaria, caminhando de pé. O tormento foi agravado com o surgimento do terrível sol escaldante; ao suplicar que lhe dessem um pouco de água, como resposta recebeu golpes e empurrões. Em 12 de novembro de 1927 foi ordenada sua execução e como "último desejo" lhe permitiram escolher o lugar preciso onde morreria.


Por volta de uma hora da tarde daquele Sábado 12 de Novembro de 1927, sem qualquer processo ou julgamento formal, o Padre Margarito Flores García foi conduzido à parte de trás da Capela. Com toda serenidade, pediu permissão para que lhe concedessem alguns instantes onde pudesse elevar suas últimas preces ao Todo poderoso. Seu pedido foi aceito e após fazer suas orações de joelhos, levantou-se, quando então dele se aproximou um dos soldados e lhe perguntou se ele o perdoaria... ao que o Padre Margarito respondeu, profundamente comovido:
"Não só vos perdoo mas também vos abençoo".
Em seguida, com grande valentia, não permitiu que lhe vendassem os olhos e mantendo-se em pé, vendo de frente a seus algozes, ergueu seus braços em cruz e lançou seu olhar ao céu. As órdens foram cumpridas pelos soldados:

Capela Ojeda, onde se deu o martírio de São Margarito Flores Garcia

São Margarito Flores Garcia recebeu a rajada mortal que destroçou sua santa cabeça e o enviou para unir-se perpétuamente a Cristo Rey. Era o dia 12 de novembro de 1927. Seu cadáver foi abandonado neste lugar, permanecendo alí por cerca de três horas.

Funeral de São Margarito
A tropa já iniciava sua retirada quando, por ordem do Capitão, dois soldados tomaron o corpo pelos pés e - arrastando-o - o conduziram ao cemitério, onde préviamente outros soldados já haviam cavado a cova. Sem qualquer respeito o corpo de São Margarito foi lançado à cova, seguido de sua batina, que anteriormente lhe haviam retirado. Por fim cobriram a cova e se foram.

Tempos depois duas almas bondosas colocaram os restos mortais numa caixa e os transportaram ao interior do templo. Ao exumar seus restos mortais -levando em consideração que já haviam transcorrido vários meses desde sua morte e encontrando-se numa cova comum - seu sangue minava fresco. Em 1925, 18 anos depois de seu martírio, seus restos mortais foram trasladados à cidade de Taxco, e por disposição de seus familiares, foram depositados num lugar especial da capela de Nosso Senhor de Ojeda, localizada no bairro onde nasceu o santo mártir.
Foi canonizado no dia 21 de maio de 2000, ano jubilar, pelo Papa João Paulo II.
São Margarito Flores Garcia, ROGAI POR NÓS!


Altar onde estão depositadas as relíquias de São Margarito Flores Garcia
Tradução e Organização: Morro por Cristo

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